Categoria: Tradicionais

Consulta Prévia e Regularização Fundiária: Comunidades discutem direitos no Novo Soberbo

 “O homem chega e já desfaz a natureza. Tira a gente, põe represas e diz que tudo vai mudar.” A letra de Sobradinho de Sá e Guarabyra diz muito para as comunidades ribeirinhas. Por isso, o trecho foi  o início de uma reunião muito importante para o povo tradicional de Novo Soberbo, em Santa Cruz do Escalvado. Com o objetivo de esclarecer dúvidas, a Assessoria Técnica Independente (ATI) Rosa Fortini realizou mais uma rodada de Núcleo de Base. O objetivo foi tocar em temas importantes, como: o direito à consulta prévia, livre e informada. A atividade abordou os protocolos de consulta previstos na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Processo de Regularização Fundiária do Estado de Minas Gerais. A legislação estabelece que os Povos e Comunidades Tradicionais devem ser consultados sobre qualquer decisão que impacte seus territórios, como aquelas previstas no Acordo de Repactuação. Direito à informação e à participação A mobilização busca garantir que os moradores conheçam seus direitos e saibam como se organizar para reivindicá-los. “A mobilização era chamada de ‘A Cara da ATI’. A gente tem essa função de manter um contato direto com a comunidade”, explica Francis Costa, mobilizador social da ATI. Segundo ele, muitas pessoas se identificam como “filhas do rio” e sentem que sua relação com o território precisa ser respeitada. Para Karina Coelho, doutora em Antropologia e assessora de Ciências Sociais da ATI, encontros como esse fortalecem as comunidades. “A importância desse encontro aqui hoje é trazer informação sobre seus direitos. O conhecimento é a principal arma de luta delas.” O trabalho da ATI segue focado em garantir que as comunidades tenham voz e participação ativa nos processos que envolvem suas vidas e seus territórios.    

Leia mais »

Reunião discute criar associação de faiscadores(as) de Rio Doce

Um grupo com cerca de 50 faiscadores(as) de Rio Doce esteve reunido para discutir a criação de uma associação de faiscadores do município. O encontro, que ocorreu na Escola Estadual Maria Amélia, na noite da última terça-feira (17), tinha como objetivo explicar sobre o que é uma associação, o modo de criá-la e como pode ajudar a comunidade tradicional. O momento foi aberto com um breve discurso de Antônio Áureo, faiscador e membro da Comissão de Atingidos. Ele fez um resgate da história de faiscadores importantes para o município e explicou a importância dessas memórias serem passadas aos descendentes das famílias locais e ainda explicou o objetivo geral da reunião: a auto-organização de faiscadores(as) de Rio Doce. Vanilda Aparecida de Castro, faiscadora e pescadora tradicional, revela suas expectativas com a criação da associação. Ela deseja que paralela a organização da comunidade, a associação possa fomentar projetos que possam beneficiar o coletivo de faiscação: “O meu objetivo no futuro, é que a gente consiga uma atividade que nos ajude a complementar nossa renda, pelo fato que não podemos mais faiscar no rio, por causa da contaminação. Meu sonho é que através da associação possamos trazer benefícios coletivos para nossa comunidade”, revela. As principais dúvidas do grupo eram em relação ao limite de membros de uma associação, como torná-la ativa e quais os benefícios de ser associado. O Centro Rosa Fortini participou da reunião prestando informações e assessorando o grupo acerca das normas e procedimentos necessários para constituir a associação. Assembleia Após discutir sobre o tema, o grupo decidiu que em janeiro de 2025 será realizada uma convocação pública para convidar toda a comunidade faiscadora de Rio Doce para participar de uma assembleia que criará a associação. Será nesse momento que o grupo decidirá quais regras deverão ser colocadas no estatuto dos associados e organizar uma chapa para gerir a associação.

Leia mais »